Cheiro de editorial novinho chegando aqui no BLG. Sabe o porquê? Porque não somos apenas um dite de downloads. Nós acreditamos que irritar uma porção de autores, eventualmente com alguma razão, só compensa se puder ser algo feito para te poder fazer ser uma pessoa mais antenada com o universo literário. E pasmem: conseguimos.

Todo mês, um editorial apresentando um tema diferentão, mas que vai te fazer curtir ainda mais o nosso universo literário, conhecendo livros maravilhosos e temáticas tão instigantes quanto os enredos que você vai se apaixonar. Quer saber mais? Nossos editoriais são livres para todos os nossos leitores, premium ou não!

Neste editorial, uma pequena seleção de temas que envolvem, adivinhem: o nosso maravilhoso cinema nacional. Aqui conheceremos algumas obras que já foram adaptadas para as telonas, e lá, conseguiram muito sucesso, cativando o público, e dando ainda mais prestígio aos seus autores!

  1. Um amor nas telonas.
    1. O drama da vida real em A Hora da Estrela.
    2. O Cortiço e seus tipos humanos.
    3. O nacionalismo de Mário de Andrade.
    4. A realidade nua e crua em Capitães da Areia.
    5. Regionalismo e muito humor em O Auto da Compadecida.
  2. Por mais leituras assim!

Um amor nas telonas.

Nosso cinema nacional nos presenteou com obras que embalam nossos pensamentos, nos fazem sonhar e até mesmo nos indignar. Nos ensinam sobre a nossa realidae e nos contam histórias fantásticas, daquelas que nos fazem ter um desejo de viajar pelo mundo afora e se perder em diversas temáticas. Listamos agora cinco histórias que viraram adaptação cinematográfica e que fazem uma legião de fãs até hoje serem simplesmente alucinado por elas.

O drama da vida real em A Hora da Estrela.

Conhecida pela sua verve poética, A Hora da Estrela (1977) apresenta ao mundo uma clarice muito mais engajada em questões existenciais envolvendo as pessoas consideradas “invisíveis”. Na figura da nortista, pouco instruída Macabeia, imaginamos uma história com final feliz. Mas não.

Lispector mostra como, para algumas pessoas, a vida é simplesmente má – e só. A história, ambientada nos anos de 1970, traz muitas alegorias e um lirismo muito claro, mesmo nas manifestações mais estúpidas de suas personagens.

A adaptação para o cinema buscou desenhar as correspondências com a obra original, fazendo com que os aspectos psicológicos da personagem central se tornasse o eixo de toda a narrativa.

O Cortiço e seus tipos humanos.

Aluísio de Azevedo isolou seus personagens em um microcosmo: um cortiço, ao lado de uma pedreira no Rio de Janeiro de 1890. A ideia, segundo o autor do movimento realista, escola literária a qual pertence esta obra, O Cortiço era, na verdade, um laboratório onde conviviam os mais diversos tipos humanos.

Assim, João Romão, Bertoleza, Rita Baiana, entre outros, representavam, cada um, ao seu modo, um recorte, uma lâmina de microscópio contendo alguns dos espécimens mais pitorescos do universo popularesco. Azevedo os desfiou em uma longa biografia, ao mesmo tempo em que entrelaça todos os destinos em uma tragédia final.

O filme “O Cortiço” consegue mexer com os nossos sentimentos ao reproduzir, de forma muito bem pensada, as mesmas intenções que o autor teve, ao conceber e executar o livro.

O nacionalismo de Mário de Andrade.

Antes do termo “Nacionalismo” se tornar um pouco clandestino, Mário de Andrade construiu uma identidade nacional muito marcante em seu Macunaíma, o Herói sem Caráter. O livro, publicado em 1928, replica na sua prosa, uma lenda, com os mesmos personagens e os elementos fantásticos presentes em qualquer narrativa miológica.

Mas Andrade vai além disso, e consegue construir uma visão cada vez mais simples, ao mesmo tempo em que introjeta no leitor, o senso de diversidade, nacionalismo e de percepção humanista, ao desfiar o rosário de defeitos contidos no seu heroi.

Na adaptação cinematográfica, são preservados os mesmos espectros cômicos que impulsionam a leitura e a tornam leve. Mas as influências das chanchadas, bem como da comédia pastelão, contribuem para uma dosada no ufanismo da obra.

A realidade nua e crua em Capitães da Areia.

Às vezes carregado de lirismo, e de vez em quando assumindo o papel de crítica social, Capitães da Areia se torna um dos mais relevantes livros do Modernismo brasileiro.

No seu texto vivo, Jorge Amado acompanha, quase em ritmo de documentário, o amadurecimento e a realidade de um grupo, os Capitães da Areia, formado por meninos de rua, que vivem por Salvador (BA) e passam seus dias a cometer pequenos delitos e, frequentemente, a se envolver em problemas sérios.

Jorge Amado apresenta seus personagens um a um, criando uma atmosfera que permite que a empatia seja incrivelmente rápida. Uma dica: o livro tem cores totalmente diferentes para quem mora/conhece Salvador!

O filme também é um suco, mas perde um pouco em conteúdo ao apelar para o erotismo das situações, o que o afasta um pouco dos objetivos do autor ao executar a obra.

Regionalismo e muito humor em O Auto da Compadecida.

Quem não conhece Chicó, João Grilo e companhia, certamente não é brasileiro ou, sendo, está muito errado. O Auto da Compadecida é uma peça de teatro de Ariano Suassuna, concebida e publicada em 1957, dois anos após ter sido escrita, se tornando um sucesso desde então, e alugando um triplex no coração de todo brasileiro.

A escola a que pertence esta obra é o regionalismo, com ênfase no Nordeste. E nem precisa ir muito longe para identificar quais foram as fontes de inspiração para o autor: as lendas e o cancioneiro religioso popular, que rendem arquétipos muito interessantes e situações pra lá de inusitadas.

A obra cinematográfica, executada por Guel Arraes, primeiro saiu como minissérie na Rede Globo de televisão, mas, por ter sido gravada em película e pelo seu enorme suicesso, em 10 de setembro de 2000, chegou às salas de cinema do país, arrastando e comovendo multidões.

Por mais leituras assim!

E é isso aí. Acabado nosso primeiro editorial, este jopvem editor aqui se despede de todos com a esperança de que cada leitura possa cumprir com seu papel social: criar uma sociedade mais justa, uma mentalidade mais livre e principalmente, uma nova realidade a partir de todas as ideias maravilhosas que os livros nos trazem.

Vejo vocês mês que vem, no próximo editorial com mais livros grátis!

Um fraterno abraço!

Ricardo Sílvio – editor


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