#1.515 – Juan Rulfo – Pedro Páramo (2008).

Imagina uma obra tão relevante que influenciou até mesmo um nome tão importante quanto o de Gabriel García Márquez, que declarou, sobre Rulfo “a leitura profunda da obra de Rulfo me deu, enfim, o caminho que buscava para continuar meus livros”. Rulfo, que morreu em 1986 é um dos mais expressivos autores do estilo conhecido como “realismo mágico”, do qual no Brasil se tem como bom exemplo, Murilo Rubião. O autor, de naturalidade mexicana, traz como temas constantes em sua obra, a pobreza, violência e a injustiça social, sendo altamente identificado com o universo queer por retratar personagens fortes e resistentes.

Pedro Páramo encontra o limiar dos aspectos associados ao poder e ao controle de uma cidade fictícia-arquetípica chamada Comala, no México, onde o personagem principal, Juan Preciado vai, a fim de encontrar, finalmente o seu pai, Pedro Páramo. Isto apenas para descobrir que ele é um homem que se encontra no eixo de uma estrutura de poder e dominação que o deixaram cego e incompreensível para as demais causas do mundo, e às necessidades de Juan.

Além de ser um arauto de linguagem poética, o livro aborda temas muito relevantes como a paternidade, a justiça social e os aspectos que traduzem o que é a identidade face os conflitos e as vivências com a ancestralidade, algo que nem sempre é completamente positivo, o que traz ao livro uma consistência que, ao mesmo tempo em que se ancora na melancolia e na bruma da literatura fantástica, também introduz o leitor ao mundo social dividido – onde a comunidade queer busca espaço para existir.  

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