Este é um daqueles livros/dissertações que deixam a gente pensando MUITO sobre a nossa realidade e como a nossa infância é cheia de memórias, digamos complexas de gerenciar. Este é o resultado de um minucioso cuidado de pesquisa no entorno de uma das figuras quase sagradas para a nossa cultura popular e, sobretudo, para o ideário infanto-juvenil: Monteiro Lobato, o pai do Jeca-Tatu, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, e de muitas outras aventuras que povoaram a nossa infância e que até hoje aquecem o coração quando lembramos.
Para quem já é um frequentador do blog, saber que Monteiro Lobato já tem um importante legado com obras de temática mais adulta, que permitem destacar uma abordagem mais direcionada ao nacionalismo e a diversos valores que hoje (sim, em pleno 2022) voltaram a ser discutidos com tudo nem é assim uma grande novidade. O que ninguém sabe, e quem sabe pouco divulga, é o passado negativo que o autor possui, que envolve desde o menosprezo a pessoas pretas (estigmatizadas na burra e indolente, porém carinhosa Tia Nastácia) até mesmo personagens do conhecimento popular: o Jeca-Tatu é um deles.
A autora inicia contando como Lobato era um homem aristocrático do seu tempo. Como a sua época e os diverso estímulos que o autor tiveram desde a sua infância, entre eles, o contato com os Estados Unidos da América, moldaram uma personagem forte, determinada, e, sobretudo, apaixonada pelo Brasil. O problema é que ele tinha duas características: a primeira, não sabia gerenciar seus negócios que, apesar de experimentarem um breve sucesso, fracassaram com o decurso do tempo; a segunda, a paixão pela criação de uma sociedade ideal, de pessoas vermifugadas, com acesso a saneamento básico, educação e… brancas! Existem passagens até mesmo em que o autor faz menção honrosa à Ku Klux Klan.
Sobre o tema, já fiz um pequeno vídeo explicando (bem) superficialmente o porquê de o autor ser tão mal visto atualmente. Confiram:
Porém, o humilde editor que vos fala pede também que se considere a introdução desta resenha. Sim. Monteiro Lobato tinha lá suas mazelas ideológicas, fraquezas. Mas isto não tira dele o caráter de ser um patriota à moda antiga, com o desejo de ver o Brasil decolar entranhado no peito, mas que, infelizmente, conhecia ideias sociológicas erradas. Assim como suas personagens tinham o dom de rever conceitos e ressignificá-los, se Lobato tivesse acesso aos avanços coletivos de hoje, certamente teria uma visão de mundo bem diferenciada e, certamente, mais atinente ao nosso tempo. Leiam e tirem suas próprias conclusões.
| Nº de páginas: 169 | Tipo de Arquivo: .PDF. |
| Editora: Biblioteca da Unicamp | Link para Download |
| Idioma da obra: Português | Disponível para Kindle? Sim. |
| Adaptação para TV/Cinema: Não. |
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