Antes de iniciar a apresentação de Bastide, convém reconhecer que a intervenção de europeus no cenário da compreensão das religiões africanas ou afro-brasileiras não é nova. Na tradição acadêmica brasileira sobre o candomblé, a principal referência é a obra de Pierre Verger, a qual constitui um enorme compilado das tradições, suas interpretações e valores. Como fotógrafo, este autor se tornou tão relevante ao ponto de suas impressões serem elevadas ao nível de pesquisa reconhecido até mesmo pelas comunidades, que conferiram a este autor, o título de babalorixá, o chamado “pai de santo”.

Embora não tenha recebido a convalidação pelas comunidades negras aqui no Brasil com a mesma intensidade de Verger, ao se radicar no Brasil para lecionar na recém-criada Universidade de São Paulo (USP) Bastide inicia seu trabalho etnográfico e sociológico, que fornece os paramentos para todos os que o seguiram no processo de apreensão dos valores e da compreensão da realidade cultural afro-brasileira. Um dos eixos (e das mais conhecidas obras) do seu trabalho de pesquisa é O Candomblé da Bahia, obra descritiva com impressões e análise muito aprofundada do rito nagô, considerado o mais expressivo dentre os candomblés praticados no Brasil.

A obra constitui-se de importante referência para o trabalho de pesquisadores, tendo em vista o amplo acesso a fontes primárias as quais o autor teve acesso e que fundamentam o arcabouço teórico desta que é uma das mais importantes obras acadêmicas existentes sobre o tema.

Nº de páginas: 370

Tipo de Arquivo: .PDF.

Editora: Brasiliana.

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