Falar sobre Maria Bonita dentro do contexto do cangaço – movimento do tipo banditismo social ocorrido no Nordeste Brasileiro no início do Século XX – é visualizar uma história digna de filmes e séries, como, de fato, já foi tema. Mas um detalhe que poucas pessoas se atentam é que, para além do enorme circo midiático que se fez na época, e da construção histórica estereotipada do cangaço, há a figura de Maria de Déa, que mais tarde se livrou do apelido patriarcal, fazendo jus ao apelido de Maria Bonita, que levaria até a sua morte precoce, em 1938, na fazenda Poço Redondo, após uma emboscada das volantes, grupos armados pelo Estado que tinha como objetivo eliminar os cangaceiros, se tornando uma pioneira em uma área que apenas homens tinham a presença demarcada.
A história de Maria Bonita apresentada por Adriana Negreiros, é uma reconstituição minuciosamente realizada a partir das fontes primárias – batistérios, fotografias, registros de jornais, etc. – e de fontes secundárias, como relatos de historiadores da época e biografias, bem como documentos baseados na memória e nos relatos de Expedita Ferreira Nunes, filha de Maria Bonita, representante do legado cultural deixado pelos seus pais.
Este livro é, ao mesmo tempo, um documento histórico de notável relevância pela sua completude e imparcialidade, um recorte necessário sobre uma região do Brasil (submédio sanfranciscano) pouco conhecida para além dos roteiros históricos e uma contribuição impar à história do feminismo no Brasil e no mundo, dado que a partir de Maria Bonita, o cangaço se tornou um movimento mais igualitário e, pelas palavras da autora, mais civilizado.
Nº de páginas: 257
Tipo de Arquivo: .PDF.
Editora: Objetiva
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Editora: Fapesp.
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Post atualizado em 17/06/2022.
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